
Uma lei inovadora da Califórnia agora obriga plataformas de jogos digitais como Steam e Epic a divulgarem claramente se os jogos comprados são realmente propriedade dos utilizadores ou apenas licenciados.
Lei da Califórnia Garante Transparência nas Compras de Jogos Digitais
Regulamentação Entra em Vigor em 2025

A recém-promulgada legislação AB 2426 da Califórnia exige que as lojas digitais declarem explicitamente se as transações conferem direitos de propriedade ou simplesmente fornecem licenças limitadas. O governador Gavin Newsom assinou a lei para combater práticas de marketing enganosas no setor de entretenimento digital.
A legislação define de forma ampla os jogos digitais protegidos como "qualquer aplicação interativa acessada através de dispositivos eletrónicos, incluindo todos os complementos e conteúdos adicionais relacionados". As plataformas devem divulgar os termos da licença utilizando indicadores visuais proeminentes, como cores de texto contrastantes, fontes maiores ou símbolos especiais para maior clareza.

As violações podem resultar em penalidades civis ou acusações de contraordenação, com a lei a proibir especificamente alegações de "propriedade irrestrita", a menos que os consumidores possam aceder permanentemente ao conteúdo comprado offline. "No nosso mercado cada vez mais digital, os consumidores merecem clareza absoluta sobre os seus direitos de transação", declararam os legisladores no comentário do projeto de lei.
Serviços de Subscrição Permanecem numa Área Cinzenta Legal

A legislação surge na sequência de controvérsias recentes, como a desativação do jogo de corridas The Crew pela Ubisoft, tornando as cópias compradas impossíveis de reproduzir. No entanto, a lei não aborda explicitamente serviços de subscrição como o Xbox Game Pass ou plataformas de streaming de jogos.
A deputada Jacqui Irwin enfatizou: "Os consumidores assumem naturalmente que as compras digitais replicam a propriedade de suportes físicos. Esta lei corrige esse equívoco, tornando obrigatória a divulgação transparente das licenças." O estatuto também restringe termos como "comprar" ou "adquirir", a menos que qualifiquem claramente a natureza limitada dos direitos digitais.

A legislação surge numa altura em que executivos da indústria, como Philippe Tremblay da Ubisoft, defendem a normalização de modelos de não propriedade, comparando a transição à adoção pelo consumidor do streaming em detrimento das coleções de suportes físicos. "Os jogadores precisam de se habituar a aceder em vez de possuir jogos", comentou Tremblay no início deste ano.